6 de mai. de 2012

PARTE II

‘TEATRO À ESCOLHA’

            Este projeto dá corpo à minha tentativa de mover as pessoas de modo mais intenso. Como envolver estranhos em projetos de desconhecidos? Antes de tudo devo-me fazer conhecido e colocar-me à prova! Desafio aceito!
Já em processo de ensaio, pretendo estar em cartaz:
No período provável de

Segunda semana de Agosto
No
Teatro Goldoni, 208/209 sul – Casa D’Italia

Com a peça
‘The Dumb Waiter’ ou ‘O Serviço’
Do dramaturgo inglês
Harold Pinter
Em cena
Mateus Ciucci
Mark Alexander

(Será a estreia dessa peça em Brasília e, provavelmente, no Brasil)

            Em seguida, começar a envolver não-tão-mais-estranhos com artistas não-tão-mais-desconhecidos. E isso se tornaria possível quando o próprio público puder decidir ou influenciar qual a próxima peça que seria encenada no teatro. Quão mais motivado estaria você como plateia caso saísse de casa para ver uma peça que você ajudou a escolher? Partindo de uma necessidade minha como artista e da lógica do chamado Crowdfunding, o público poderia entre opções dadas, escolher a próxima peça e contribuir com doações para que o projeto pudesse ser levantado.
           
Pausa para esclarecer:
Crowdfunding – prática de financiamento feita por pessoas físicas. Para fazer valer a prática, os projetos devem todos ser apresentados publicamente, contando com prazos rígidos para arrecadação de fundos, descrição dos prováveis gastos e, eventualmente, privilégios para os contribuintes.
            Em Brasília, todas as peças que vocês veem são ou montadas com dinheiro de editais específicos como CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), ou Caixa Cultural ou Petrobrás, etc., ou através do FAC (Fundo de Apoio à Cultura) ou Lei Rouanet. São caminhos burocráticos em que enviamos o projeto com objetivos (gerais e específicos), tabelas (orçamentárias, de ensaios), justificativas (social e cultural), bem como propostas complementares (contra partidas sociais). São caminhos complicados e cheios de truques. O que mais parece funcionar em Brasília é o FAC. Tenham a curiosidade de olhar no programa.
            Outra ainda possibilidade é a de se correr atrás de apoios milhões de empresas menores e privadas. E aí, consegue-se dinheiro partido. Uma loja dá os figurinos, outra dá a grana para o aluguel de teatros (e nossa capital tem algumas das salas e dos teatros mais caros do país), e por aí vai até se completar o Frankenstein. Eu me encaixo, neste momento, neste grupo. As companhias de comédia mais apreciadas de Brasília também se encaixam nesse grupo de batalhadores.
            Mas antes de se começar a jornada, temos, claro, de ter algo pronto. A ser mostrado, para que traga certo conforto e um mínimo de segurança aos potenciais investidores! Em outras palavras, nós temos de nos provar sempre nos inícios dos projetos antes de conseguir atenção monetária.
            Um contra dessa lógica toda de ‘sustento cultural’ é que o processo, por sua natureza burocrática e demorada, acaba por dificultar o estabelecimento de companhias teatrais na cidade. Não temos infraestrutura para trabalhar como artistas, não temos verba contínua e, portanto, não temos como montar temporadas com diferentes peças, de diferentes gêneros e oferecer melhor produção cultural a vocês, caro público.
            Por fim, chego ao cerne do projeto: transformar o blog no elo de comunicação entre eu, ator, e vocês, público. Por aqui vocês terão acesso às etapas necessárias até chegar no dia da estreia, além de ter acesso ao projeto da peça com todos os tópicos acima explicados (download em pdf). Além disso, estimulo-vos a exercer a opinião crítica do que vocês virem. Peço encarecidamente que façam mais do que curtir. Não só ajuda na própria formação de público e, portanto, amadurecimento de vossa sensibilidade cultural e, por consequência, social, mas de igual modo me ajudará a fazer sempre melhor! E este desafio me estimula sobremaneira!
            Ao projeto ‘TEATRO À ESCOLHA’ adiciono outra iniciativa minha chamada ‘BRASÍLIA CAPITAL PELA ARTE – Bra.Ca.p.A’. A campanha, ilustrada pelo selo abaixo, tem o intuito de contribuir significativamente para a imagem de Brasília como capital cultural.

Além disso, quem aderir estará demonstrando genuíno apreço pela arte e pela produção cultural. São bem-vindas e bem-vindos voluntários, doadores de porções financeiras variáveis, bem como artistas que se interessem por fortalecer o elo de nossa comunidade artística, jornalistas a fim de abrir espaço para divulgações e outras parceiros e parceiras.
            Espero que a ideia de poder escolher a peça a ser vista, de se envolver com o projeto e poder acompanha-lo do conforto de sua plataforma contribua para renovar as relações - uma vez tão caras ao teatro – entre plateia e artistas.

            Envolvam-se! Deixem-se fazer parte e divulguem!

            Já na segunda-feira, à noite, postarei novidades sobre a própria peça acima anunciada, além de detalhes sobre o autor e seu estilo!

Carinhosamente,
Vosso ator Mateus Ciucci.

2 comentários:

  1. Gosto da ideia, não sei se você ficou sabendo, mas um tempo atrás uma produtora de jogos eletrônicos (double fine) conseguiu mais de dois milhões em um site de crowdfunding e gerou um forte rebuliço na comunidade "gamer" do mundo inteiro.
    Acho que o caso citado poderia servir de base para uma análise dos elementos necessários à esse processo de levantamento de recursos.

    Tenho uma pergunta, você já escolheu uma plataforma para arrecadar o dinheiro?

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  2. Ainda não escolhi. Estou finalizando esses detalhes do projeto por que a arrecadação só foi pensada para começar mais adiante. Sugestões e ajudas são bem-vindas nessa etapa de ajustes digitais!!! :-D

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